COLÓQUIO

Atravessar as fronteiras: entre o risco e a esperança

Quarta-feira, 2 de julio

17:15

 Participantes:

  • Juliane Müller (Universidad de Barcelona)
  • Isabel González Enríquez (Universidad Complutense de Madrid)
  • Rocío Pérez Gañán (Universidad de Oviedo)

Moderação:

  • Patricia Celis Banegas  (Universidad Nacional Autónoma de México)
Juliane Müller

(Universidad de Barcelona)

Juliane Müller é professora no Departamento de Antropologia Social da Universidade de Barcelona (programa Serra Húnter). Foi docente e investigadora na Universidade de Munique (Alemanha), investigadora pós-doutorada na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill (EUA) e investigadora associada no Instituto de Investigação Socioeconómica da Universidade Católica Boliviana (Bolívia). As suas áreas de interesse são a etnografia andina, a antropologia e a sociologia da economia e do desporto, bem como a migração e a mobilidade transnacional. Viveu e trabalhou como antropóloga na Alemanha, Espanha, EUA e Bolívia. Há mais de uma década, na sua tese de doutoramento, estudou as experiências migratórias das mulheres bolivianas a partir da sua prática e sociabilidade desportivas. O trabalho de campo foi realizado em Sevilha entre 2006 e 2009, logo após a imposição do visto Schengen. Ela analisa a formação de equipas femininas dentro das numerosas ligas de futebol auto-organizadas por trabalhadores sul-americanos a partir de uma abordagem fenomenológica e da teoria da prática, com especial ênfase no tecido social, uso do espaço urbano e dos corpos. As suas investigações de pós-doutorado, embora pertencentes ao campo de estudo da economia popular e da globalização a partir de baixo, tiveram um importante componente de migrações e mobilidade. Por um lado, numa espécie de etnografia móvel e em trânsito, viajou com comerciantes bolivianas ao Chile e à China. Tem-se interessado pelos espaços fronteiriços andinos e pela legalidade, legitimidade e riqueza que ali são disputadas.

Isabel González Enríquez

(Universidad Complutense  de Madrid)

Isabel González é professora da Universidade Complutense de Madrid e diretora da secção de Migrações da Revista ARIES. É especialista em migrações na América Latina e na América Central, desde que fez a sua tese de doutorado sobre o deslocamento forçado na Colômbia e a reprodução da segregação gerada pelas políticas públicas. A dimensão espacial e residencial, económica e de políticas públicas dos fluxos migratórios tem sido o foco de grande parte de suas pesquisas e projetos de antropologia aplicada com organizações como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Ação Contra a Fome (ACH) ou a Organização Internacional para as Migrações, entre outras. Trabalha habitualmente em projetos de investigação para ONGs e instituições públicas que tratam das migrações de países da América Central e da América do Sul, geralmente para os EUA, mas também para outros países latino-americanos, como em relação às políticas de atendimento aos venezuelanos na Colômbia e no Peru na «recente» crise de refugiados na Venezuela. Também participou recentemente em investigações para o governo de Espanha sobre as possibilidades de ampliação dos canais de migração circular e para governos locais em relação à situação da migração nos seus territórios.

Rocío Pérez Gañán

(Universidad de Oviedo)

Viveu e trabalhou durante doze anos em vários países da América (do Sul e do Norte). É professora e investigadora na Universidade de Oviedo. Ao longo dos últimos anos, centrou o seu trabalho em tentar compreender como os corpos migrantes — especialmente os das mulheres — resistem, se adaptam e são atravessados por múltiplas formas de violência em contextos de desigualdade global. O seu interesse é ver como a globalização, longe de ser um processo abstrato, se encarna no quotidiano, nos corpos, nos afetos, nas fronteiras (simbólicas e não simbólicas) e nas «trama globais do cuidado». Ela desenvolveu duas linhas de investigação. A primeira aborda as migrações, os corpos e as violências, em diálogo com a ideia da domesticação da globalização, tentando pensar como se tensionam e reconfiguram os laços e os modos de habitar o mundo em constante movimento. A segunda situa-se na intersecção entre as alterações climáticas, a abordagem multiamenace em desastres naturais e o deslocamento, com especial atenção para aqueles que já estão a ser deslocados pelos impactos ambientais — os chamados migrantes climáticos — e para os desafios que isso representa a partir de uma visão crítica e situada.

Patricia Celis Banegas

(Universidad Nacional Autónoma de México)

Patricia Celis é antropóloga e mestre em Comunicação. Doutora em Ciências Políticas e Sociais pela UNAM. Especialista em Identidades e Performance. A nível profissional, com mais de 20 anos de experiência, desenvolveu ferramentas antropológicas para a investigação etnográfica de mercados e desenvolvimento de projetos para empresas da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, México, Panamá, Peru e Uruguai. Professora de graduação e pós-graduação, atualmente é professora de Comunicação e Identidade, Antropologia do Consumo, Publicidade Global e Identidade Nacional na Universidade Nacional Autônoma do México e também leciona Pesquisa de Mercados e Marketing Global na Universidade Iberoamericana da Cidade do México.

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